segunda-feira, dezembro 19, 2011

10 princípios da mobilidade urbana sustentável

De acordo com o International Transport Forum, o setor de transporte é responsável por cerca de 1/4 das emissões dos chamados Gases do Efeito Estufa – GEE, na maior parte devido ao grande crescimento da frota de carros e caminhões, e o aumento de usuários no transporte aéreo. Um crescimento de 45% de 1990 a 2007. Até aí, acho que nenhuma novidade. Sabemos que a forma como transportamos mercadorias e a nós próprios tem um impacto considerável ao meio ambiente: quer seja na emissão dos GEE, na construção de rodovias e na urbanização não planejada que este processo acarreta.

Tomemos o exemplo do Brasil: a malha rodoviária recebeu grandes incentivos a partir da década de 50, o que possibilitou o seu rápido crescimento, principalmente devido a inserção da indústria automobilística no país. Na última crise, o Governo Lula optou pela baixa nos preços dos automóveis para salvar a economia do país. Segundo dados de Abril do Departamento Nacional de Trânsito – DNT, o país possui uma frota de mais de 61 milhões de veículos e este número cresce a cada dia.

A falta de planejamento urbano é também um agravante à sustentabilidade urbana: há um crescimento que não considera condições básicas à vivência, e muito menos, a sustentabilidade. Podemos citar aqui o crescimento populacional nas grandes cidades: estima-se que em 2030, 60% da população mundial, cerca de 5 bilhões de pessoas, viverão em áreas urbanas – e a maioria delas em países em desenvolvimento. Ou seja, é urgente criarmos condições para um equilíbrio entre moradia, transporte, circulação de carros e pedestres, manutenção de áreas verdes, etc.

Em relação ao impacto do crescimento populacional na qualidade do transporte nas cidades, o Institute for Transportation and Development Policy (ITDP) desenvolveu uma publicação que apresenta 10 princípions para que as cidades possam encarar estes desafios que falei e chegar a esse equilíbrio. “Our Cities Ourselves: 10 Principles for Transport in Urban Life” é uma publicação para auxílio em um planejamento urbano mais inteligente.

Veja abaixo estes 10 princípios:

Andar a pé: é preciso garantir espaços seguros, desobstruídos e de qualidade aos pedestres;
Não-poluentes: deve-se criar condições ao uso de transportes não-poluentes, como a criação de ciclovias;
Transporte público: oferecer transporte público de qualidade, que supra as necessidades dos passageiros;
Controle de tráfego: criar restrinções a carros em locais de grande circulação de pedestres;
Serviços delivery: fazer as entregas da forma mais segura e limpa possível;
Integração: é preciso integrar pessoas e construções, possibilitando lazer, trabalho e outras atividades em espaços próximos;
Preencher espaços: com o preenchimento de espaços vazios, como terrenos baldios, possibilita essa integração do item F, tornando as atividades possíveis a pé, por exemplo;
Preservação dos bens: preservar a diversidade sociocultural, os ambientes e belezas naturais da cidade;
Diminuir distâncias: criar conexões entre lugares, possibilitando caminhos diretos e livres;
Durabilidade: planejamento e uso de materiais de qualidade, posterior manutenção.

Um comentário:

  1. A confirmação da obra da linha 2 do metro de Porto Alegre será uma alternativa rápida aos moradores da zona norte da capital que atualmente têm poucas opções de transporte para deslocar-se até o centro ou a zona norte de POA.

    Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2011/05/com-obra-confirmada-metro-de-porto-alegre-custara-r-1-58-bilhao-a-uniao-3308245.html

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